No dia 17 de julho o Coletivo Meninas Black Power marcou presença em mais uma intervenção.
Dessa vez foi junto com a bairro-educadora Daiana
Ramos, na E.M
Jorge Gouvêa, em Vigário Geral, Rio de Janeiro. Nossa roda de conversas com a turma do 7º ano, que tinha um pensamento bem deturpado
de sua imagem, resultou na
melhora da autoestima das alunas e dos alunos que estavam presentes conosco.
Começamos nos apresentando, apresentamos a proposta do coletivo e perguntamos
sobre o que eles achavam das suas
imagens e das nossas. Resultado desse questionamento do exterior para o
interior: um quadro repleto de ofensas e palavras que asseguram que cabelos crespos ou cacheados ainda são alvo
de um dos preconceitos mais prejudiciais a nossa formação básica, o
racismo.
Muitos
associaram seu in natura a cabelo de palha de aço, pixaim,
esponja, e não conseguiam
enxergar a beleza particular deles. Nós intervimospedindo
para que as crianças escrevessem ou desenhassem como elas se viam no espelho, e
isso gerou resultados bem diferentes do que elas nos falaram no início da
atividade. Elas queriam expor que o natural não era algo que as tornasse menos,
e sim mais, por elas saberem quem eram de verdade, mas faltava algo que as
estimulasse a essa prática. Além desse exercício, as meninas e alguns meninos
começaram a se interessar em cuidar de seus cabelos, de suas imagens e
principalmente de suas formações sociopolíticas e culturais.
Foi uma sensação prazerosa responder aos pequenos/pequenas e suas perguntas bombásticas, foi
ótimo perceber que essa intervenção, aos nossos olhos, contribuiu só um
pouquinho, mas que poderá
fazer toda diferença para sempre
nas vidas deles. Não sei se de efeito imediato, pois
não estamos todos os dias lado a lado para fortalecer o pensamento delas, mas acredito que, ao longo do tempo, essa vivência,
mesmo que única (até então) tenha dado uma luz, uma brecha para eles
compreenderem que esse trabalho é mais que estético, é posicionamento político,
cultural, que resgata uma ancestralidade perdida, onde cada família perde sua
história por conta de uma cultura imposta, padronizada.
É essa nossa meta,
nossa ideia, formar cidadãos que
saibam de seu passado, organizem e intervenham no presente para que um futuro
de qualidade e igualdade seja realmente alcançado. E a mudança não está apenas sobre a responsabilidade da geração
que nos sucederá, ela está na mão
de todos nós, homens negros e mulheres negras,
cientes de sua posição e de sua história. Essa ação é mais uma de muitas ações que estarão sendo relatadas aqui. Que nosso exemplo inspire você que nos
lê e gere alguma vontade de melhorar o mundo em que vivemos.
Abaixo, mais alguns registros desse momento super especial e importante pra nós:
Parabéns pela iniciativa, adoro o blog!!
ResponderExcluirQue bom! Obrigada pelo carinho. Beijos.
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