Quando a conheci era a moça mais encantadora do mundo, e esse mundo tratou de nos fazer os melhores amigos. Sorri suas alegrias, rimos nossas tristezas, alimentamos pensamentos, descolorimos os traumas, "desbaguncei" seus cabelos e ela os meus.
Esses seus cabelos que já foram curtos, foram nulos, coloridos,
foram longos e trançados, relaxados, muitas vezes escondidos sob a beleza de um
lenço estampado, tantas vezes amarrados, presos, mudos sob a sua beleza
inaudita, foram também o centro de muitas das nossas conversas e pensamentos
estético-psicanalíticos.
Eu a vi melhor. E ela também me viu. Nosso amor-amigo
transbordou o mundo, lugar onde era a mais encantadora, e virou amor-amor. Ganhei uma amiga maior, uma mulher gigante, uma pessoa nova.
Conhecemos nossas lágrimas e inseguranças embaraçadas, e vi que as dela
começavam nos pés e terminavam nos cabelos. Os inseguros cabelos que eram
desencrespados a cada insatisfação; que precisavam ser embalsamados para
mostrar uma suavidade artificial; que eram cortados, e chorados de
arrependimento logo em seguida. Disfarçados, escondidos, esgotados... seus fios
só não foram livres. Uma bagunça. E quando o cabelo preso é a sua metonímia, é
importante perceber que a única saída é libertá-los. Ela percebeu.
No início resistiu sob o argumento de que nunca conseguiria
deixar o seu ser crespo ser sua beleza análoga... Talvez devesse ainda domar,
conter, enclausurar sua metonímia... seu cabelo. Mas depois compreendeu... Negou que fosse dura, rebelde e sem-jeito, como cresceu sua
natureza e como pretendeu disfarçar-se naturalmente. Viu-se crespa, bela,
rainha, exuberante, e me mostrou os seus fios soltos, livres, desmascarados.
Esteve ainda mais linda, e como se não fosse possível, foi-se-me redescoberta.
Nova. Confiante! Dos pés aos fios soltos, todos, ela agora é outra, ainda mais
maravilhosa porque é mais ela. Eu, orgulhoso e reflexo, também encrespo minha
cabeça adiante, e de mãos dadas desembaraçamos e desbagunçamos igualmente meus
nós enrolados, e seguimos amando sorrindo esses novos nós inseparáveis que nos
tornamos juntos.
Lindo...Owt!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário! Beijos crespos.
ExcluirQue lindo, parabéns!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário! Beijos crespos.
ExcluirMuito legal!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário! Beijos crespos.
ExcluirMuito lindo! Eu me deleito nos dreads crespos do meu amado...
ResponderExcluirObrigada pelo comentário!
Excluirpoxa da hora seu blog...meu cabelo num é crespo ñ , mas é mega cacheado >.< kk
ResponderExcluirhttp://besteirinhasdemim.blogspot.com.br/
Obrigada pelo comentário!
ExcluirNossa lindo demais esse texto.... Amei ,)
ResponderExcluirQue bom, flor! Obrigada pelo comentário.
ExcluirNossa que perfeito! Bonito como ver que o amor aceita e como mudar também a gente!LINDO!!!!!!!!!
ResponderExcluirE isso é um processo importantíssimo, né?! Que bom que gostou! Obrigada pelo comentário!.
ExcluirLindo ver meu Texto aqui!! Fez-me sentir importante... Encrespemos nossos amores!
ResponderExcluirNós agradecemos o privilégio de poder publicá-lo.
ExcluirLindo texto...Obrigada ...Genoveva
ResponderExcluirLindos!!! Jaci, Leandro e Matias referencia de familia preta!!!!
ResponderExcluirSempre inspiram. Perto ou longe, inspiram. Gratidão pela escrita repleta de afetos.
ResponderExcluirUau. Lindo mesmo.
ResponderExcluirQuando amor,repeito e compreesão que admiravel.
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