Voltando
àquele papo sobre o quanto é empoderador ver as minas tudo assumindo seus
cabelos crespos, sendo do comprimento que for: bem, passar pelo BC é difícil,
doloroso e por muitas vezes pensei que não aguentaria a pressão, afinal há
muita gente ao seu lado, mas também há um monte pra testar sua fé. Porém o
mais difícil está por vir. O cabelo que está crescendo só encontra sustentação se
estiver firmado em raízes e essas estão dentro da cabeça.
Como li várias vezes durante a semana, assumir-se crespa começa
na estética, mas precisa ser algo além. As piadinhas dos amigos mais próximos
começam a perder a graça. A invisibilidade midiática fica mais gritante. O fato
de você não ver pessoas como você nos lugares de poder incomoda cada dia mais. Ver
corpos pretos sendo mortos e arrastados fica latente, deixa de ser apenas
número e passar a ser sentido na própria pele.
Aí começa a verdadeira revolução. A estética vira política e eu só encontrei sustentação quando me amparei no Coletivo, quando percebi que a mudança que começava em mim só fazia sentido se reverberasse nos meus. O coletivo não tem esse nome à toa. Ele só existe porque não é feito de "eu", mas sim de "nós".
Aí começa a verdadeira revolução. A estética vira política e eu só encontrei sustentação quando me amparei no Coletivo, quando percebi que a mudança que começava em mim só fazia sentido se reverberasse nos meus. O coletivo não tem esse nome à toa. Ele só existe porque não é feito de "eu", mas sim de "nós".
Estética é política, sim. Ou pelo menos pode ser o
começo.