Archive for julho 2015

SOMOS O QUE SOMOS

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por Renata Morais

Foto: Lulu e Lili Acessórios
      Estávamos no aeroporto em Brasilia voltando para o Rio. Passamos rápido por uma lanchonete já na área de embarque e uma criança branca, lisa e loira, toda de rosadinha, já com o lanche na mão, olha para a Elis e grita: "Cabelo feio!". Gritou bem alto. A menina tinha uns três anos, com certeza reproduz o que ouve em casa ou na escola. Eu e o meu marido olhamos para ela bem sérios e ela abaixou a cabeça.
      A Elis não olhou e seguiu sem falar nada. Só apertou minha mão. Sentamos e eu perguntei se estava tudo bem. Ela não quis falar, só me abraçou. O pai ficou revoltado, queria que ela falasse o que estava sentindo ou que ela respondesse. Não dá. Ela só tem quatro anos... É estilosa, toda descolada e esperta, porém o racismo e preconceito fazem isso com a gente.
      Eu queria muito entrar em seu peito e retirar aquele nó que só o racismo faz. Aquele aperto misturado com vergonha. Ela não esperava aquele grito, ela não está acostumada com isso.  Veio sem falar nada, dormiu a viagem toda. Ainda não toquei no assunto aqui em casa, mas sinto que o trabalho precisa ser mais firme. Pais: seus filhos, mesmo que pequenos, já são vítimas do racismo. A resistência deve ser diária. É conversa, leitura, ver representação. Isso será para sempre. Não é vitimismo, infelizmente é nossa realidade.

PRETA, SEU DIA É SEMPRE!

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por Coletivo Meninas Black Power


      25 de Julho, Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha e da lembrança de Tereza de Benguela, ícone da resistência ente mulheres negras no Brasil. Um dia todo nosso desde 1992, quando a data foi criada, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas.
      Você deve ter notado que não falamos nada antes, né? Sim, desta vez chegamos propositalmente atrasadas, mas não esquecemos. Queremos lembrar que esta data deve transcender um dia específico, especialmente dentro de cada uma de nós. Mesmo diante da objetificação dos nossos corpos, diferenças expressas nos salários ou nas oportunidades, privações e violências, solidões e tantas outras coisas que podem querer deixar a vida mais triste, lembre agora mesmo o quanto você é preciosa para nós e para o mundo. "Nossos passos vêm de longe", como nos ensina o livro, então perceba nossos avanços, nossas conquistas. Continue caminhando. Estamos vivas e lindas! Seja espelho para as outras e reflita em você mesma os valores construídos através dos tempos. Ame quem você é, a mulher que você se torna todos os dias, viva feliz, divida suas dores e não pare de brilhar.
      Para nós, integrantes do Coletivo Meninas Black Power, cada mulher preta que atravessa nosso caminho com experiências, lutas e alegrias para compartilhar, possui valor inestimável. Nosso coração bate mais forte ao perceber o quanto somos lindas nessa diversidade de texturas, tons, formas e ideias. Queremos agradecer por nos potencializar e dizer o quanto sentimos orgulho de cada empreendedora, estudante, profissional, pensadora e tantas outras coisas que brotam e evoluem diante dos nossos olhos. É um prazer desenvolver conteúdos que dialoguem com nossas necessidades, mas fica melhor quando podemos ouvi-la, abraça-la e receber todo o carinho. Assim sentimos que somos muitas, somos todas. Não estamos sozinhas e é maravilhoso saber que você caminha com a gente. Você é incrível e não podemos deixar de te dizer.
Muito obrigada, preta!
Seu dia é sempre.

KIT MBP - ARIELLY SANTOS

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por Grupo de Trabalho Moda e Beleza

      Voltamos! Continuando nossa série, conheçam hoje os produtos favoritos da Arielly. As dicas dela são ótimas, especialmente pra Meninas que sempre pesquisam sobre jeitinhos de corrigir as sobrancelhas. Vocês vão adorar! Confiram!
2 - Base TimeWise, Bronze 2, Mary Kay - R$ 59,90
3 - Batom Extra Lasting, Café, Avon - R$ 14,99
4 - Presilha pro cabelo em forma de pente
5 - Elseve Óleo Extraordinário, L'Oréal - R$ 27,89
7 - Fita ou elástico pra fazer afro puff

UM JORNAL PRA CHAMAR DE NOSSO – MBP ENTREVISTA ETIENE MARTINS

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por Élida Aquino

Ilustração: Jornal Afronta
    Vocês já sabem e soa como um mantra por aqui, mas vou escrever novamente: representação é importante. Entre tantos casos diários, conhecidos ou não, de racismo e suas variações, tantas dores que o cotidiano ainda causa aos corpos pretos que circulam pelo mundo, meu coração vibra e se fortalece quando vejo mais e mais casos de resistência doce, posicionada com criatividade, produzindo conteúdo que nos une enquanto comunidade, que mostra nossas potencialidades e proporciona a visão do lado bom (que, com fé, um dia vai superar todos os outros lados da história) de sermos nós. Foi essa a sensação de conhecer o Jornal Afronta, surgindo diretamente de Minas Gerais. O lançamento aconteceu no último dia oito de Julho, na Casa Una de Cultura em Belo Horizonte. A seguir vocês conferem a conversa que tive com Etiene Martins, idealizadora do Afronta e uma jornalista que representa. Entendam melhor quem ela é, o que é o jornal e apaixonem-se por esse espaço que é todo nosso!
Vick, Etiene e Dandara no lançamento do Jornal Afronta - Foto: Jornal Afronta
MBP - Começa contando pra nós quem é você, de onde vem, sua formação e etc.
Etiene Martins - Eu sou graduada em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda. Iniciei minha carreira como repórter da Revista Raça Brasil em 2010, quando eu ainda cursava o terceiro período de jornalismo, posteriormente fui convidada para ser assessora de comunicação do Festival de Arte Negra que é realizado em Belo Horizonte. Sempre aliei as minhas duas paixões: o jornalismo e a cultura negra.

MBP - Como é a história do seu cabelo? Ele influenciou de alguma forma na construção do Jornal Afronta?
EM - No meu processo de politização e de me "tornar negra", eu também redescobrir a minha estética afrodescendente e depois de 25 anos alisando o cabelo, no mês da primeira edição do Jornal Afronta, comemoro meu primeiro ano de adeus à química. Esse processo foi crucial na construção desse trabalho, pois a autoestima negra faz parte da linha editorial do jornal. A nossa verdadeira beleza com o nosso verdadeiro cabelo.
A transição - Fotos: Acervo pessoal
MBP - Como surgiu a ideia de criar um jornal como o Afronta?
EM - Diante da falta de espaço para os nossos assuntos, demandas e culturas na mídia convencional, tive que recorrer a uma ideia que surgiu no Brasil em 1915, que é a Imprensa Negra, e através dessa imprensa dar voz mais uma vez ao povo negro. 

MBP - Por quanto tempo o jornal foi planejado até que estivesse em circulação?
EM - Desde de 2012 venho pensando e elaborando esse projeto, mas só agora conseguimos colocar o Afronta na rua.

MBP - Ao acessar a página do jornal vemos que a definição da ideia é "jornalismo étnico racial". O que isso quer dizer?
EM - Um jornalismo com a nossa cara, linda, preta, crespa e cheia de autenticidade.

MBP - Como funciona a equipe que trabalha na criação do jornal? 
EM - Trabalhamos com consciência e amor às nossas raízes e ao nosso povo. A equipe é pequena, mas bem articulada. Conta com um fotógrafo, uma revisora, um diretor de arte e uma jornalista. 
Galera reunida no lançamento do Jornal Afronta - Foto: Jornal Afronta
MBP - Sabemos bem a relação entre mídia e racismo. Como você enxerga que publicações afirmativas, como o Afronta, por exemplo, podem provocar o efeito contrário? Como podem promover o efeito de educar para a igualde e também fortalecer a comunidade negra, fazendo com que ocupe espaço de destaque?
EM - O Jornal Afronta veio para reforçar as nossas lutas por uma mídia livre, independente, anti-burguesa, anti-capitalista e bem demarcada ao lado do povo negro brasileiro. Uma imprensa de combate que evidencie sim que nosso povo negro brasileiro existe e tem uma cultura, tradição e beleza valiosa,  mesmo que tentem nos negar isso. 

MBP - E de que forma você entende que o jornal pode empoderar a população negra, especialmente mulheres negras? 
EM - A mulher negra sempre leu revistas sem se ver retratada nelas, sem estampar as capas, sempre sendo menosprezadas e invisibilizadas. O Afronta veio suprir essa demanda que as outras mídias não cobrem. O Afronta empodera sem se render aos estereótipos tão comuns propagados pela mídia branca brasileira colocando nossas mulheres nas capas, ocupando um espaço que também é nosso por direito . 

MBP - Quais pautas você considera mais relevantes entre os assuntos que permeiam a comunidade negra no Brasil e no mundo atualmente? 
EM - Nossa, são tantas! Mas a inserção no mundo acadêmico e profissional é de extrema importância, assim como o direito às práticas religiosas sem censura. O genocídio do jovem nem se fala. O poder ser negra por dentro e por fora, na pele e no cabelo e ser respeitada em todos os lugares. 
Muito #crespoamor e Jornal Afronta na Feira Ébano - Foto: Jornal Afronta
MBP - Concordamos! Agora vamos falar do lançamento. Como a primeira edição foi recebida? Quais assuntos ela abordou? 
EM - Foi recebida com muita festa, alegria e entusiasmo, afinal nosso povo encontra-se ansioso por um espaço digno na mídia. A primeira edição foi permeada por nossa beleza, falando de um evento que reuniu centenas de pessoas para celebrar a beleza do cabelo crespo em BH. Falamos também da tradição dos turbantes. O entrevistado dessa edição foi o doutor e escritor negro Edimilson Pereira de Almeida e o colunista convidado foi o carioca Ras Adauto, que vive em Berlim há mais de uma década. A matéria de capa ficou por conta da Marchas das Mulheres Negras que mobilizou mulheres do Estado de Minas inteiro e levou todas para a rua, exigindo seus direitos. 

MBP - O que podemos esperar das próximas edições? 
EM - Assuntos que comuniquem o cotidiano do povo negro brasileiro na cultura, política, beleza, educação. Pretendo falar de tudo um pouco. 

MBP - Em que locais o jornal está disponível? Pretendem abranger outros Estados? Quais e quando? 
EM - Atualmente o jornal está disponível em galerias de artes, botecos, salões de beleza, rodas de samba, universidades, feiras e eventos em que o nosso povo circula na grande BH. Na próxima edição pretendemos atingir os Estados de Rio de Janeiro e São Paulo e pouco a pouco ocupar nosso país.

É isso, Meninas. Que ideia genial, né?! 
Não deixem de curtir a página do Jornal Afronta aqui e acompanhem todas 
as novidades que virão. Beijos!

7 MITOS SOBRE CRESPOS NATURAIS PARA NÃO ACREDITAR MAIS

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por Élida Aquino

Ilustração: Refinery29
        Adoro observar as Meninas e suas texturas crespas por aí. Todas são tão particulares, imprimem uma identidade tão profunda que se mistura com nossa histórias... Mas desconsiderando a infinidade de texturas (maravilhosas!) que existem, cabelos crespos naturais ainda são simplesmente um monte de fios emaranhados e difíceis de "controlar" na opinião de muita gente. Pessoas com cabelos crespos, que convivem com outras pessoas de cabelos crespos, ou até as que desconhecem o que é ter cabelo crespo, estão acostumadas com a visão de que crespo é sinônimo de "ruim", difícil de lidar. Não é incomum encontrar quem diga que não devemos optar por usar o cabelo naturalmente crespo, seja lá a textura que tiver, já que "cabelo ruim não tem jeito". Chegam até a cogitar que ficamos loucas ao saberem que estamos em transição ou que cortamos toda a química. 
     Felizmente estamos vivendo um movimento forte que apresenta as possibilidades do natural como forma de posicionamento político e, principalmente, de conhecimento da beleza que nunca foi vista como aceitável, mas que pode e deve aflorar em cada uma. Por isso é cada vez mais importante quebrar os estigmais sociais sobre o que o cabelo crespo realmente é. Este post está aqui pra ajudar a pensar sobre alguns mitos frequentes. Ele foi originalmente publicado pelo Refinery29 e reúne opiniões de especialistas em cabelos crespos que explicaram tudinho. Vocês devem conhecer outros mitos e podem contar aqui nos comentários ou na página Meninas Black Power. Vamos lá reposicionar os conceitos! 

MITO 1: "CABELO CRESPO NÃO CRESCE!"
Temos visto várias Meninas naturais, principalmente as com texturas do tipo 4, obcecadas com o crescimento de seus cabelos e desapontadas quando não notam visivelmente que seus fios estão crescendo como planejaram ao iniciar aquele "tratamento mágico" com alho, café ou pó de guaraná. Calma, gente! Anthony Dickey, cabeleireiro e co-fundador do salão Hair Rules, diz que "independentemente da textura, todos os cabelos crescem cerca de um quarto e meio de polegada por mês. O desafio para naturais é começarem a cuidar de seus cabelos fora do ponto de vista de outras pessoas, como se seus cabelos precisassem se comportar como cabelos de outras texturas. Isso ajudaria a entender o comprimento real, como o cabelo se comporta e o ritmo particular de crescimento." Sabendo que cabelo crespos e naturais podem ser bem mais enrolados, o crescimento nem sempre fica tão evidente quanto em cabelos lisos, alisados ou até mesmo relaxados. Além disso, é preciso lembrar: o fator encolhimento está aí. Extrapolar no uso de métodos que aumentam o comprimento, abusar da aplicação de calor no secador, não desembaraçar ou hidratar adequadamente, por exemplo, são hábitos que podem conter o crescimento.


MITO 2: "VOCÊ DEVE LAVAR SEU CABELO DE VEZ EM NUNCA."
É verdade que os cabelos crespos não devem ser lavados tão frequentemente – a gente sabe que nosso cabelo não retém a hidratação naturalmente com tanta eficácia e etc. Mesmo assim a água pode realmente ser seu nossa aliada. A fundadora da Curls, Mahisha Dellinger, lembra que os produtos tendem a ficar acumulados sobre nossos fios e acabam bloqueando a capacidade de “respiração” do couro cabeludo e dificultando a entrada da umidade. É importante não prolongar o tempo entre uma lavagem e outra. "Você definitivamente não deve lavar o cabelo todos os dias, mas faça ao menos uma vez por semana e coloque um co-wash¹ no meio da semana. A finalidade é limpar o cabelo. Não considere que está apenas retirando o acúmulo dos produtos. Lembre-se que existem muitos resíduos trazidos pelo ambiente que ficam sobre os fios", ela recomenda. 

Ilustração: Refinery29
MITO 3: A APLICAÇÃO DE ALGUNS ÓLEOS NO COURO CABELUDO FAZ O CABELO CRESCER MAIS RÁPIDO
Muitas devem usar estas aplicações com o intuito de hidratar o couro cabeludo, mas podem provocar o efeito oposto. Mahisha lembra que "alguns óleos podem conter petrolatos ou óleo mineral na composição e esses componentes entopem os poros, bloqueiam o couro cabeludo". Várias mulheres de cabelos naturais pensam em alguns óleos como hidratantes, mas na verdade não são. Eles estão na verdade funcionando como selantes. "Se você aplica óleo sobre o cabelo seco, a chance de aumentar o ressecamento aumenta. O ideal é usar óleos vegetais, livres de componentes prejudiciais, após condicionar e finalizar. Assim você estará selando a hidratação com óleo”. 

MITO 4: "CABELOS CRESPOS NATURAIS SÃO MAIS FORTES QUE OUTROS TIPOS DE CABELO."
Mesmo que algumas texturas de crespos naturais pareçam mais rígidas, a realidade é que os fios são muito delicados. "As pessoas pensam que porque são crespos, cheios de texturas e possibilidades, eles podem resistir a qualquer coisa", diz Mahisha. "Crespos são tipicamente frágeis, propensos a quebra e ressecamento. Precisam ser tratados delicadamente, com cuidado extra".

Ilustração: Refinery29
MITO 5: "APARAR SEMPRE AS PONTAS VAI FAZER SEU CABELO CRESCER."
Há uma verdade parcial aí, já que aparar as pontas impede que pontas duplas rompam a extensão do fio, danificando o cabelo em longo prazo. Mas o caminho para um cabelo mais longo não é cortar sempre que puder, mas cuidar do cabelo que vem do couro cabeludo. "Prestamos muita atenção para as extremidades, porque esta é a parte mais antiga do cabelo, mas esse cuidado promove grande impacto no crescimento? Não. Crescimento começa no couro cabeludo. É importante manter o couro cabeludo saudável", ressalta Mahisha. Óbvio que todo o cabelo merece atenção – da raiz ás pontas - mas pense que aparar de leve a cada seis ou oito semanas é o suficiente.

MITO 6: "VOCÊ NUNCA, NUNCA, DEVE USÁ-LO ALISADO!"
Sim, se não for feito com segurança, escovas e chapinhas vão acabar alterando o padrão dos fios, diz Derick Monroe, especialista da SoftSheen-Carson. Mas, quando executado da maneira adequada e usado ocasionalmente, os fios ficam intactos. A conversa é sobre a quantidade de calor a que você expõe seu cabelo. "Se ele sobreaquecer, partes da extensão começarão a quebrar. Quando você voltar para o formato natural dos fios eles não vão enrolar da mesma forma. Nós chamamos isso  de relaxamento térmico, porque uma vez que você altera esses seguimentos do cabelo, está feito. É como um relaxamento químico." Certifique-se de que você está tomando as devidas precauções: usar um o secador com um pente, para não aplicar calor diretamente sobre os fios; sempre, sempre, sempre hidratar; condicionar; aplicar protetores térmicos antes; não abusar da chapinha. Se você vai a um salão para fazer uma escova em seu cabelo natural, certifique-se que você está em mãos cuidados, que vão cuidar adequadamente dos seus cachinhos - preferencialmente alguém que especialista nos cuidados do cabelo natural.

Ilustração: Refinery29
MITO 7: "É DIFÍCIL LIDAR COM UM CABELO CRESPO NATURAL!"
Cabelo natural exige tempo e paciência, mas "difícil" não é uma palavraque se encaixa nele. Não há dúvida de que é preciso dedicação, especialmente para as que já usaram relaxantes ou alisantes a maior parte de suas vidas. A ideia de cuidar desta "nova" textura, ainda desconhecida, e sabendo que aprendemos que esse cabelo natural não é bom, pode assustar no início. Como optar por algo ruim, feio, indesejado, não é? Mas é preciso avaliar o que quer, como pode funcionar sua rotina de cuidados com base em seu estilo de vida. "A única mudança é a textura. Quando você assume sua textura naturalmente crespa, desembaraçar corretamente, condicionar e finalizar acabam sendo etapas executadas de forma diferente. Mas, ao mesmo tempo, seu crespo pode se apresentar bem mais versátil se você se permitir descobrir o que ele pode oferecer. Você pode sair com ele molhado, tipo wash and go², e num outro dia mudar a textura com twits ou coques bantu. É incrível!", avisa Mahisha.
Aprendam com seus cabelos, Meninas! Eles são sensacionais!

Glossário #meninasblackpower:
¹ Co-wash - "Co" de condicionador + "wash" de lavar. Essa técnica consiste em substituir o uso do shampoo na lavagem por um condicionador (preferencialmente um produto liberado para no poo; isto é, que não possua agentes como derivados de petróleo, por exemplo). O condicionar possui agentes de limpeza mais suaves que o shampoo e ajudam a potencializar a hidratação.
² Wash and go - "Lavar e ir", ao pé da letra. É fazer todo o processo de lavagem, condicionamento e finalização, estilizar os fios de um jeito que você possa ir pra onde quiser usando os fios ainda úmidos, sem tanto medo do fator encolhimento ou frizz.