EU AMO O CABELO DELA - PEDRO ARAGÃO


Caro(a) leitor(a), antes da prosa, vamos deixar algo bem claro, não escondo de ninguém, aliás, faço questão de contar pra todos que conheço: sou tarado por cabelos! Cabelos de todos os tipos. Crespos, enrolados, cacheados, lisos, longos (principalmente), curtos e de todas as cores. E mais, prefiro todos eles cheios, volumosos e armados. É engraçado dizer isso tudo, mas este é um dado importante que vai permear a estória que vem a seguir. Agora, senta que lá vem a estória.
Quando a conheci, acredite, ganhei uma hora e meia de atraso, já tinha motivos pra não gostar, sou pontual. Mas, ok, já superei isso. Apesar de que ninguém acreditar, a primeira coisa que vejo em uma mulher são os olhos. Como já nos conhecíamos pelas redes sociais, eu já tinha provado aquele olhar, mas nada como o tête-à-tête. Que olhos! O segundo, e não menos importante, é o cabelo. Que lindo! Um verdadeiro Black, com "b" maiúsculo, mesmo. Enrolado, cheio, armado, bem alto, do jeito que eu gosto! A paixão era inevitável. Tivemos um encontro ótimo, com beijos, abraços, “gordices” (sim, a gente come muita besteira), ela até me disse depois que o filme de comédia que vimos era ruim, talvez esteja certa, meu senso de humor é aguçado, dou risada de quase tudo. Por fim, um encontro às antigas, engraçado, romântico e pretensioso.
Fui pra minha semana habitual, trabalho, casa, casa, trabalho. Comecei a sentir aquela saudade gostosa. Dentro de mim, já havia um pedido de namoro preparado, mas havia medo da não aceitação, da precipitação. Talvez fosse um erro, mas era enredo que eu queria. Aquele medo fazia parte de um dos ingredientes mais importantes em um romance, e sem perceber, eu já tinha certeza que faria, que falaria.


Combinamos uma semana depois, e dessa vez em outra estação, os(as) leitores(as) hão de concordar que não tem melhor forma de caracterizar um romance paulista. Aguardei, dessa vez uma meia hora. Meia hora de pensamentos e incertezas, reescrevendo mentalmente o que eu ia falar, de como ela receberia a declaração.
Então, ela veio... De turbante!
Um misto de "como assim" com "porque?" me aterrorizou. Que fique claro que não tenho nada contra os "turbantados", mas aquilo, de certa forma, acabou com meu sonho. Eu já adorava o cabelo dela, já até imaginava a cena da declaração, aquilo já havia até pesado na minha escolha, mas por que hoje?
Ok. Pensei bastante enquanto conversávamos e fui percebendo que aquilo não era tão importante, na verdade, aquele era só mais um sinal da importância que ela também dava pro seu cabelo, e de repente, percebi que  eu não deveria dar valor pra isso, ou melhor, deveria dar valor para outras coisas. Pro sorriso, pro olhar, pra sua voz, pro seu corpo, pra mulher inteira. Daí, foi só falar: "Te amo, Angélica". 


 Por Pedro Aragão

This entry was posted on 19/06/2013 and is filed under ,,,,,,,,,,,,,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

3 Responses to “EU AMO O CABELO DELA - PEDRO ARAGÃO”

  1. awn, seus lindos. desejo felicidades mil. ;_;

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  2. Porque eu não acho ninguém assim? =(

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  3. Que lindo Pedro. E melhor ainda saber que percebeu que cabelo, não é tudo.
    Felicidades ao casal!

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