KBELA: A EXPERIÊNCIA AUDIOVISUAL DE TORNAR-SE NEGRA

por Karina Vieira

Ilustração: KBELA
     Vinte minutos foi o tempo do curta e ao sair do cinema tudo que se sentia era renascimento. O racismo escancarado, nomes humilhantes, processo de invisibilidade diário e embranquecimento que tenta nos enfraquecer todos os dias estão lá e doem. Ai, como dói assistir e reviver tudo isso. 
     Mas KBELA não é só um filme sobre sofrimento.  É sobre mulheres negras que se empoderam através das outras, através do contato com outras mulheres. Mulheres negras que se tornam negras ao retirar os traços de branquitude dos seus corpos, mulheres que enegrecem ao cuidar e auxiliar outras. KBELA é um filme de representatividade e representação. A representatividade está em vermos que todas são negras, mulheres belíssimas que ao aparecerem na tela grande representam cada uma de nós. Há representatividade porque ninguém fala por nós, somos voz ativa, nosso discurso não é alterado ou minimizado, não ocupamos o lugar de subalternas ou subservientes. Em KBELA somos rainhas, poderosas e autônomas. 
    Antes da subida dos créditos fica uma sensação de incompletude que rapidamente se dissipa ao vermos todas as personagens (nós) sorrindo e bailando ao se reconhecerem afirmativamente como mulheres negras. 
    Nós, Meninas Black Power, agradecemos às atrizes Isabel Martins Zua Mutange, Dandara Raimundo, Taís de Amorim, Sarah Hana, Livia Laso, Dai Ramos, Maria Clara Araújo, Carla Cris Campos; às produtoras Monique Rocco e Erika Cândido; à diretora de arte Ana Almeida; direção de comunicação de Silvana Bahia e Bruno F. Duarte; à fotógrafa Alile Dara; à diretora Yasmim Thayná e todxs xs demais que fizeram esse filme (maravilhoso, emocionante) acontecer. Representação e representatividade importam e vocês fizeram isso lindamente. Estamos orgulhosas.

This entry was posted on 26/10/2015 and is filed under ,,,,,,,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

One Response to “KBELA: A EXPERIÊNCIA AUDIOVISUAL DE TORNAR-SE NEGRA”

  1. Nossa, tudo o que você falou é verdade.
    Parece ser ótimo, vou assistir também. A luta nunca termina.
    Parabéns pelo post.

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