por Jessyca Liris e Mari Marques
Mais
um filho nosso morreu...
Sem
dentes, com barra de ferro na perna, marcas de tortura.
Suicídio,
disseram.
Kaique,
16 anos, gay, preto e pobre.
Suicídio.
Foi mesmo.
Ser
preto, pobre e gay é ter sentença de morte assinada.
Ecoa
pelas avenidas, ruas, becos e vielas:
“Além
de preto e pobre, é viado”.
Até
quando a raça, a classe e a sexualidade vão matar os meus, os seus e os nossos?
A
fobia das diferenças nos afeta.
Dói!
Destrói famílias.Vidas.
Corrói.
Sufoca.
Corta
a carne.
São
filhos, irmãos e amigos.
Todos
vítimas do preconceito.
Assassinados
por uma verdade absoluta.
Assassinados
por ignorância absurda.
Que
pare! Vamos dizer: Basta!
Que
o preconceito se torne mais uma doença erradicada do mundo.
Criem
leis. Inventem remédios.
Que
não percamos mais um filho, um irmão ou um amigo
Que
outros Kaiques não sofram.
Quero
dormir tranquila.
A
diferença tem que ser aceita.
Tolerada
e respeitada.
Respeito
aos seus, aos meus, aos nossos.
Respeito
ao próximo!