AÇÃO EDUCAP



     As coisas grandiosas acontecem a todo instante. Um convite e um desejo grande de mudança são fundamentais pra que encontros incríveis aconteçam. As Meninas Black Power foram convidadas a participar das comemorações da ONG Educap pelo dia Internacional da Mulher, e não poderíamos ter iniciado nossa inserção nas escolas em situação melhor.
     Nos preparamos: reunimo-nos para debater o que gostaríamos de levar pra dentro de um ambiente escolar. Levamos em consideração a nós mesmas, pensamos juntas o que gostaríamos de ter ouvido quando ainda éramos crianças crespas. Apoio, amor, cuidado e espelho! Dessa forma, elaboramos juntas uma atividade que permitisse que nos mostrássemos oriundas de uma mesma raiz.
     Chegamos ao lugar do encontro, sede da ONG Educap tendo em mente a possibilidade de chocar as jovens com nossos blacksFalaríamos pra meninas que eventualmente relaxam ou alisam os cabelos e se sentem bonitas assim, muitas vezes rejeitando o que for diferente disso. Chegamos e atraímos muitos olhares curiosos, pois vários blacks reunidos não passam despercebidos - e estávamos armadas com paciência, sorrisos e auto-estima pra contagiar a todos.
    O vídeo "Pode me chamar de Nadi" foi apresentado. Singelo e cheio de sutileza, apresenta uma menina que é um pouco de cada uma: negra, crespa, ávida por ver sua beleza e seu reflexo positivo. Ávida por poder ser! A identificação das meninas que assistiram o vídeo foi imediata, justamente por ser a busca pela adequação uma constante na vida de qualquer criança; justamente por ser a aceitação da própria imagem o desejo de qualquer criança; justamente por ser a existência de um espelho que reflita a própria imagem grande e bonita a base da autoestima de qualquer criança.
Após o vídeo, aconteceu um debate. Um público misto com crianças de 10 a 15 anos, umas mais tímidas, outras falantes, mas todas atentas e receptivas. Aos poucos, vimos meninas que até então tentavam esconder seus fios (mesmo as mais novinhas) amarrando, esticando, prendendo, soltar sorrisos e os cabelos. Vimos todas quererem uma flor nos cabelos livres. Algumas falaram de si, outras ouviram, mas todas quiseram, mesmo que por um breve instante, a liberdade proposta pelas Meninas Black Power. Todas usaram a flor que levamos, trocaram ideias, pediram dicas de beleza, mas cada uma se viu bela e saltitante como a Nadi.
      Esse encontro foi o primeiro e já estamos articulando outros. Fez bem às Meninas Black Power, que viram que a ação é possível e que esses encontros produzem valores positivos quase que imediatamente; fez bem às meninas que frequentam a ONG, que viram que muita gente entende pelo que elas passam diariamente; que viram que é possível serem lindas do jeitinho que elas são: sem amarras, sem presilhas, sem química.

 

This entry was posted on 01/08/2013 and is filed under ,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

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