Chegamos
ao fim de mais um Especial MBP.
Um especial feito para que não deixássemos que a folia ficasse
descontextualizada em nossas vidas. Tudo tem uma
razão para acontecer. Precisamos dar sentido a tudo que vemos por
aí, para não ficarmos perdidos no mundo.
Vamos contextualizar mais um pouco da folia?
Já
chegamos ao mês de março, e o carnaval já aconteceu há um mês, por que
continuar falando deste tema? Este último post é proposital.
Este é o mês conhecido como o mês para homenagear a mulher e o tema abordado
hoje é a mulher negra em um dos momentos mais marcantes do carnaval carioca de
2013. Acertou quem pensou no Grêmio Recreativo Escola de Samba Educativa
Império da Tijuca. Tanto o enredo quanto a tão falada Comissão de frente foram
o motor para dar o título de Campeã do Grupo de Acesso. Você pode conferir no site deles
tudo o que fala enredo, qual era a intenção do compositor e no que estava
pautado o carnavalesco para levar um carnaval tão bonito à Avenida. Desde o
culto à fertilidade na comissão de frente, o primeiro casal de Mestre sala e
Porta-bandeira vestidos de Oráculo até a bateria com suas
bossas afro e sua fantasia de Guerreiros da Rainha Jinga. Ali podemos enxergar
nossas raízes, nossa forma de contar o mundo, a mitologia dos antepassados do
homem negro, da mulher negra, dos meus antepassados. Cada povo tem uma forma de
contar sua história, existem mitologias romanas, gregas, porque não africanas?
É com esse olhar doce e estudioso que vejo como nosso povo é rico ao contar
histórias, como é importante o papel de nossos Griots (contadores de
histórias). É com esse Conheci Tiye,
Makeda, Nzinga, na verdade eu apenas
reconheci. Diga que não conhece uma negra poderosa que luta pelos seus
semelhantes, diga que não conhece uma negra sábia, diga que não conhece uma
verdadeira Rainha de Sabah? Somos ao
mesmo tempo todas elas, carregamos em nós esse poder de lutar pelas coisas
certas, de proteger nosso povo. Todas lindas e poderosas. Temos uma história
muito rica.