AUGUSTIN KASSI


  Brevemente, Augustin Kassi nasceu em 1966 em Assoumoukro um distrito fronteira entre Gana e Costa do Marfim. Seu trabalho é conceitualmente arte Naïf, aquela que é se caracteriza por usar a perspectiva como meio de obter uma beleza desequilibrada e que pode vir a ser compreendida como sugestiva devido à presença de padrões como as cores primárias e simplicidade no lugar da subtileza[1].




 Então, partindo desse conceito resolvi trazer para discussão nas obras desse artista contemporâneo o espaço do desse corpo na sociedade. Segundo relato do próprio artista, seu interesse em retratar as mulheres mais voluptuosas foi por conta de presenciar uma discussão em uma espécie de van local conhecida como “gbanka” onde o cobrador pediu que a senhora pagasse duas passagens para poder estar no local devido seu tamanho.
   Esse argumento chamou a atenção do artista, pois ele começou a pensar consigo se a mulher negra, que possuí um corpo que se destaca, não só por seu tamanho mais sim pela forma que ele é cuidado merecia destaque em seus trabalhos. Ou seja, enxerga-se além do corpo físico dessas mulheres por serem repletas de outras formas de chamarem atenção. Ao analisar as obras, observa-se de cara a relação da vaidade com as cores, como são bem selecionadas e direcionadas ao que elas querem que se destaque nelas, desde turbantes super elaborados até mesmo as silhuetas destacadas. A maquiagem que busca valorizar cada parte do rosto, cores fortes para poder mostrar que acima de tudo elas fogem de padrões estéticos físicos e que acima de tudo buscam estar satisfeitas consigo mesmas.
   Augustin Kassi também diz que durante o período de resguardo dessas mulheres, que dura por volta de três meses, passam a ser cuidadas pelos maridos e espera-se que sejam saudáveis e bem alimentadas, sinal de bons cuidados, ou seja, além de mães que sofreram transformações corporais, isso gera uma concepção de beleza diferenciada, afinal elas não se deixam levar pelo que é produto, pelo consumo, mas pela satisfação plena daquilo que as torna natural.





     Agora, trazendo essa pauta para o Brasil, diante do que é discutido aqui no blog, até onde se podem seguir esses exemplos, que mesmo figurativos tem tanto a dizer às mulheres que buscam se explorar, se conhecer e se valorizar independente das diferenças. Deve-se refletir sobre o quanto as influências que os padrões estéticos de beleza podem causar limitações nessa busca pelo que é natural em nós. Afinal, nosso processo de transição é constante e para algumas coisas ainda deve-se quebrar conceitos ultrapassados. Então, é essa a mensagem que deve ser deixada, permitir-se explorar, a si e a outros corpos que carregam em si, sua beleza natural.

[1] Subtileza – Qualidade do que subtil; Tenuidade, delicadeza; Finura; Argumento Capcioso. Significado retirado do site http://www.dicionarioinformal.com.br/.
Veja mais em:
BBC Brasil
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This entry was posted on 23/01/2013 and is filed under ,,,,,,,,,,,,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

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